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Universidade marroquina de Al-Qarawin que alberga uma das bibliotecas mais antigas do mundo |
Praticamente todas as Bibliotecas possuem o que se costuma chamar de "reservado". Normalmente é esta a sua definição: "Reservados das bibliotecas" refere-se a colecções especiais de obras raras, frágeis ou importantes, separadas das colecções gerais e não acessíveis livremente. A reserva visa a conservação e é comum em bibliotecas de património, que podem digitalizar os seus fundos para permitir o acesso público."
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a "porta secreta" da biblioteca de al-Qarawiyyin |
E depois há as chamadas e pouco conhecidas "Bibliotecas proibidas"; uma espécie de camada dentro dos reservados onde só alguns priviligiados têm acesso para fazerem "estudos especiais". Trata-se de documentação ainda não "contaminada" pelos "ratos de bibliotecas" exteriores que trabalham para outros "ratos" que depois fazem negócio com o que obtêm; os chamados "mercenários de histórias".
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Biblioteca da University de al-Qarawiyyin |
Mas aqui quero falar apenas dos que trabalham honestamente nessa tal camada proibida que só a eles se encontra acessível. Felizmente temos a sorte e a honra de conhecer um desses priviligiados. De origem tunisina, há muito radicado em Marrocos, professor de História na Universidade de Al-Qarawin, amigo de longa data, visita-nos de vez em quando e junta-se às nossas longas tertúlias que têm lugar na cidade de Lagos (Algarve) até altas horas da madrugada. Recentemente esteve por cá durante uma semana.
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Lagos, Algarve |
Para surpresa minha, o nosso amigo respondeu que sim, que havia um relato de um general romano que tinha participado na fundação de Mérida a mando do imperador Otávio Augusto, sobre o qual relato tinha feito um recente estudo. Cada vez mais curioso perguntei-lhe se nesse relato vinha alguma referência a Ammaia de Marvão. Respondeu-me que sim, que se eu estivesse interessado me enviaria cópia desse estudo.
Recebi-o na minha caixa de correio esta tarde e devorei o seu conteúdo. Sobre o que nos revela da Ammaia não vou falar aqui pois entendo que a publicação deste inédito deverá ter lugar no nosso outro blogue "Marvão, ninho de águias" com o título "Ammaia, a Hermínia da Legio V Alaudae".
Aproveito para aqui agradecer de forma sincera a colaboração que o nosso amigo historiador (cujo nome não menciono a seu pedido) nos tem prestado, renovando os meus votos de máximo sucesso para o meritório trabalho de investigação que tem desenvolvido, lembrando-lhe que será sempre benvindo ao nosso Algarve, nosso e dele, e que o partilhamos com ele como se partilha com um amigo especial e um irmão. Bem haja.
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Fatima Muhammad al-Fihri fundadora da biblioteca al-Qarawin |